«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

segunda-feira, junho 13, 2005

Bispo de Viseu e da Guarda

No magnífico Paço Episcopal da Guarda, onde hoje estão sitos o Paço da Cultura e o Museu da Guarda, está exposta uma placa que nos diz - mais ou menos textualmente - que D. Nuno de Noronha, bispo da Guarda, filho do conde de Odivelas, mandou construir aquele seminário (Episcopum), tendo iniciado a obra no ano de 1603.
No mesmo dia em que li esta placa, passei pelo Paço Episcopal de Viseu (Anexo à Sé, onde hoje funciona o Museu Grão Vasco) e, por acaso, li a placa que assinalava o início dos trabalhos de construção. Dizia ela que D. Nuno de Noronha, bispo de Viseu, havia mandado construir aquele seminário no ano de 1593.
Não deixa de ser curioso que o mesmo D. Nuno de Noronha é responsável pelo Paço e Recreio Episcopal de Castelo Branco (complexo da Praça Camões, biblioteca e casa do arco). Não havendo diocese em Castelo Branco (hoje depende da Sé de Portalegre mas no séc. XVII pertencia à diocese da Guarda, pelo que o edifício terá sido mandado construir necessáriamente depois de 1593 - data em que D. Nuno era ainda bispo de Viseu), estes edifícios constituiam local de veraneio para os titulares do bispado.
Tratava-se bem o ilustre eclesiástico, e ainda bem, já que parte do importante legado arquitectónico de que dispõem as beiras se deve ao religioso filantropo. Mostram-nos também estes factos como os reinados Filipinos constituiram um dos períodos de maior profusão e desenvolvimento artístico da história portuguesa (no que toca à arquitectura e à música religiosas, pelo menos).