«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

domingo, novembro 14, 2004

O Palácio do Balcões

Saúda, por mim, Abu Bakr,
os queridos lugares de Silves
e diz-me se deles a saudade
é tão grande como a minha.
Saúda o Palácio dos Balcões,
da parte de quem nunca o esqueceu,
morada de leões e gazelas
covis de sombras onde
doce refúgio eu encontrava
entre ancas opulentas
e tão estreitas cinturas.
Mulheres brancas e morenas que em minha alma
faziam o efeito de espadas refulgentes
e das escuras lanças!
[...]
Al-Mutamid, Rei de Sevilha, Séc.XI

O Palácio dos Balcões (Ksar Ash-Sharajibe) é a âncora dos Orientes sonhados. É o paradigma máximo dos contos de mouras encantadas, de nascentes douradas por canções mouriscas. É a recordação desse povo que veio alegrar uma península acabrunhada, que nos apresentou à poesia, à música, à dança, que nos trouxe mulheres escuras e de cinturas finas, que nos iluminou com os sábios gregos e o sofismo oriental.

O mítico Palácio dos Balcões, em Silves, é o farol de um mundo imenso. De Marraquexe a Calecute, de Atenas a Nanquim.