«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

quarta-feira, abril 27, 2005

Nas minhas serras

A fotografia em baixo não é de uma ermida no alentejo, sequer de uma capela moçárabe das ordens religiosas algarvias do tempo de D. Dinis. É no norte.

Na saída que vai de Arouca para Janarde e chama-se Senhora da Mó. É mourisca e, sem arriscar muito, parece-me ter directamente a ver com a alcaidaria independente moura que houve em Lafões. Mesmo ali, junto do rio Paiva, ainda susbsistem memórias de um passado mais ou menos recente. Não só nos contos de mouras encantadas, nos poços do mouro, no mouro mancebo, nas pedras da moura, mas também na arquitectura que, como se vê, é tão encantada como as mouras. Se foram mouros que construiram a ermida para mesquita, se terão sido cristão arabizados culturalmente... não sei. Seria preciso escavar.
Mas o encanto da senhora da Mó não se fica por aqui. Lá dentro encontra-se um quadro (ex-voto) do século XIX, relatando um milagre ocorrido em 1027, versando um cristão cativo de mouros que miraculosamente conseguiu fugir atravessando o Paiva. Encontra-se ainda uma imagem da Senhora da Mó; uma imagem curiosa que, se não for obra artística rural de qualquer povoado muitíssimo isolado, será concerteza pré-românica ou do primeiro românico.