«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Junta Metropolitana de Lisboa

Devido à feira mediática em torno de Cavaco na campanha para as eleições presidenciais, está-se a braquear um problema que necessita de ser resolvido seguindo os padrões da mais elementar justiça.
A presidência da Junta Metropolitana de Lisboa sempre foi eleita através de uma votação simples de 1 Câmara 1 voto. Uma outra hipótese bastante viável, seria a das presidências rotativas por concelho. Ora, a CDU sempre teve bastantes autarquias na Área Metropolitana de Lisboa, nunca tendo sido até há pouco tempo, no entanto, maioritário, pelo que teria toda a vantagem em que as presidências rotativas estivessem em vigor. Os seus responsáveis nunca insistiram, porém, nesta questão, pensando antes que uma votação simples seria mais justo e democrático. A força política que ganhasse mais Câmaras na AML seria aquela a escolher um presidente para a JML. E foi assim que sempre se passou. Com presidentes de PS e PSD.
Até agora, pelo menos. Como é sabido, nas últimas eleições autárquicas a CDU passou a primeira força política na AML. É a força que ganhou mais municípios, dos 18 que constituem a AML, ou seja, iria naturalmente eleger um presidente por direito próprio.
Parece que não. O PS propôs ao PSD a mudança súbita de critério, por forma a que Carmona Rodrigues, apoiado na suposta legitimidade de ser o presidente da maior câmara, possa ascender a presidente da JML. O PS é que propôs Carmona Rodrigues? Sim. E porquê? Porque "não querem dar voz ao PCP". Acrescento eu, não querem "dar voz" à força maioritária. É uma chatice a democracia...
Vale a pena ver com que decisões coincide o espaço de tempo desta presidência da JML: decisão e estruturação do processo da OTA, discussão de quadro de financiamentos a municípios, discussão de orçamentos para grupos de municípios, discussão de fortalecimento de responsabilidades para Juntas Autárquicas, discussão de avanço em direcção a regionalização.
Parece que em todos estes casos Carmona Rodrigues serve melhor os interesses do PS que os da maioria dos autarcas apoiados na legitimidade do voto popular.