«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Contra o Maccarthismo europeu.

É urgente ler e assinar esta petição internacional. Trata-se de protestar contra um texto que prevê a ilegalização europeia de Partidos Comunistas, de Sindicatos e de livre expressão política e histórica.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

como é possível um blog tão interessante tornar-se numa coisa assim! Será a mesma pessoa? Não parece! E só mais uma coisa: Depois de 1950 e de Einstein muita água passou por baixo da ponte! O Mundo mudou muito e não vale a pena meter a cabeça debaixo da areia em relação ao que se passou da URSS. É uma atitude pouco inteligente.
Por que não voltares outra vez à arte, à música, de como se ensina... e a Omar Kayamm e outras coisas que nos deliciam a mente.
Nessa altura deliciava-me a ler aqueles textos e aprendi muito!!!
Agora . . .
É bom, às vezes, parar um bocatido para pensar e meditar...
Beijinhos
MGGM

12:54 da tarde  
Blogger linhadovouga said...

Paremos e meditemos, então. Para que a mente seja realmente capaz de se deliciar com as coisas belas, é preciso não se deixar bloquear por preconceitos enraizados e olhar o mundo com um distanciamento realmente livre. O mundo mudou muito, de facto: as formas de opressão são cada vez mais implacáveis e sofisticadas. Abdicar da resistência é uma consequência grave dessas formas de opressão. Tanto mais grave quanto essa abdicação se converte em hostilidade, mais ou menos contida, em relação àqueles que resistem. É por amor à arte, à música, e a todas as coisas que "nos deliciam a mente" - em suma, por amor à felicidade de viver - que não nos podemos conformar com o facto dessas coisas estarem vedadas a muitos milhões de seres humanos, pelo simples facto de estes serem meros instrumentos de sustentação da felicidade alheia. E enquanto assim for, a resistência é certa. E não são os inúmeros erros feitos em nome da procura de uma sociedade mais justa (escamoteando o que de bom também foi feito em nome da mesma causa) que justificam qualquer desistência. Esses seres humanos que não têm direito a deliciar as mentes merecem que não desistamos. A beleza e o horror respiram a mesma atmosfera. O João Pedro sabe-o bem, e este blog é sinal de inteligência, de uma inteligência que não se satisfaz com o próprio umbigo.

4:04 da tarde  
Blogger JD said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

4:35 da tarde  
Blogger JD said...

Resposta ao primeiro comentário:

1 - olá Mãe

2 - não vejo onde a reflexão política possa ser menos interessante, desafiante e até poética, que a reflexão literária. Remeto, aliás, a Platão "As Leis" e a Aristólteles "Política" para afirmar o contrário.

3 - O texto de Einstein não se reportava à URSS, antes ao Socialismo/Comunismo, e o que se passou ou deixou de passar na URSS não põe em causa nenhum dos seus argumentos. Para além disso, convém ter em conta a separação clara de forma de estado e estrutura de governo. Por exemplo, se um auto-denominado liberal decidir matar uns quantos milhões de pessoas é a teoria liberal que tem culpa ou foi apenas uma pessoa que se apoderou dessa denominação para, em nome de uma política, cometer crimes? Volto a Aristóteles... ele, antes de ninguém, percebeu que tinha que haver uma distinção clara entre forma de estado e regime de governo. Dizia o estagirita no seu Likeu que poderia haver 3 formas de organização de estado: a) monarquia, b) aristocracia, c) timocracia (palavra que na altura tinha uma conotação pejorativa muito próxima da que a palavra "comunismo" teve nos anos oitenta e noventa nas TV´s ocidentais). Depois, em cada forma de estado, poderia haver três formas diferentes de exercer o governo: a)tirania, b)oligarquia, c)democracia.
Ou seja, poderia haver uma monarquia democrática, ou uma timocracia tirânica (em que um comité votado democraticamente nas classes mais baixas impunha tirânicamente a sua lei), ou quaisquer outras combinações entre os dois campos.

Também Jorge Miranda, na sua "Ciência Política" faz distinção parecida, preferindo usar as expressões "Forma de Estado" e "Sistema de Governo". Apresenta-nos, numa espécie de resenha histórica, dois grupos diferentes que se podem multiplicar entre eles: Aristocracismo, Democratismo, Individualismo por uma lado, e por outro Monarquismo, Republicanismo e Anarquismo.

Isto leva-nos a que as ideologias sejam necessariamente consideradas Formas de Estado. Assim o é o Comunismo ou Socialismo, bem como o liberalismo ou a democracia parlamentar. Ou seja, a Forma de Estado, não poderá ser nunca culpada dos insucessos ou exageros do Sistema de Governo, ao contrário do que era insinuado no primeiro comentário.
Não sou eu que o digo... é Aristóteles, Jorge Miranda e Brecht.
Esta confusão, que por acaso se faz apenas quando se fala da URSS ou de Cuba (esquecem-se dos 12 estados comunistas que iriam ser implementados democraticamente na América do Sul, todos barbaramente reprimidos pelos EUA), é aliás um sintoma evidente da lavagem intelectual a que somos sujeitos todos os dias pelos media.

4 - do ponto acima concluímos que vale a pena pensar, ler e procurar informação antes de escrever expressões ligeiramente cínicas como "...numa coisa assim".

5 - Sim. E é a mesma pessoa, que sempre teve estas opiniões, só que se começou a aperceber que, sem luta, dentro em breve não poderia apreciar Omar Kayyamm ou Al-Mutamid.

6 - beijinhos também.

7 - obrigado Canhoto pelo outro comentário, que muito apreciei e que enriquece o meu blog.

4:39 da tarde  

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