«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Epigrafia Medieval Portuguesa

No post anterior esqueci-me da livraria da Fundação Gulbenkian. Afinal temos em Portugal uma loja que consegue atingir o nível da Alcalá.
Foi lá que hoje comprei um documento de grande dimensão histórica. Um Corpus Epigráfico Medieval Português muito completo, recentemente recolhido e trabalhado como tese de doutoramento pelo Dr. Mário Jorge Barroca.
Simplificando muito, um corpus epigráfico é uma recolha de todas (se possível) as inscrições em pedra detectáveis em determinada região num espaço de tempo definido. No trabalho em causa foram recolhidas todas as inscrições desde o século V (a mais antiga conhecida em solo nacional) até a 1422 (data em que D. João I abandona o calendário Hispânico e adopta o moderno católico). Abrange-se assim toda a Idade Média portuguesa.
Como se trata de um trabalho de doutoramento, não nos deparamos apenas com uma lista, mas sim com uma análise vastíssima dos dados. Singularmente, em conjunto, por épocas, por regiões, por grafias, por tipos, etc.
O especial interesse desta obra provém do facto de poder constituir uma ferramenta de luxo na análise histórica portuguesa e, ao mesmo tempo, um excelente guia turístico...
O trabalho ciclópico que este senhor teve ao fazer esta obra monumental merece a nossa atenção.