Poema sobre insignificância I
Um dos temas mais curiosos da poesia árabe é o tratamento de objectos de uso diário, frutos ou simples legumes e animais. Pequenos pormenores da vida quotidiana de que o Al-Andaluz extraíu muito sumo literário. O alaúde, a grilheta, o dedal, a formiga, a açucena, a alcachofra, a carta, etc...
A partir de hoje passarei, de vez em quando, a colocar no blog alguns destes deliciosos poemas sobre insignificâncias.
"O Dedal
Dedal, brilhante
como os raios de sol:
se lhe dá o reflexo
de uma estrela do céu,
ilumina-se.
Tanto se apurou
no seu lavor o ourives,
até verter ouro
nos seus bordos.
Pequeno capacete,
picado de lanças - parece -
e que um golpe de espada
lhe arrancou a cimeira."
Al-Liss, "O Ladrão", Séc.XII
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