«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

sábado, dezembro 04, 2004

Poema sobre insignificância I

Um dos temas mais curiosos da poesia árabe é o tratamento de objectos de uso diário, frutos ou simples legumes e animais. Pequenos pormenores da vida quotidiana de que o Al-Andaluz extraíu muito sumo literário. O alaúde, a grilheta, o dedal, a formiga, a açucena, a alcachofra, a carta, etc...
A partir de hoje passarei, de vez em quando, a colocar no blog alguns destes deliciosos poemas sobre insignificâncias.

"O Dedal

Dedal, brilhante
como os raios de sol:
se lhe dá o reflexo
de uma estrela do céu,
ilumina-se.

Tanto se apurou
no seu lavor o ourives,
até verter ouro
nos seus bordos.

Pequeno capacete,
picado de lanças - parece -
e que um golpe de espada
lhe arrancou a cimeira."

Al-Liss, "O Ladrão", Séc.XII