«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Arte longe do público

Na arte contemporânea habituámo-nos a assistir a uma reinvenção total em cada obra. Um poeta, um compositor, para ser alguém hoje em dia tem de criar a sua própria técnica, o seu próprio universo estético. Qualquer criador que se proponha a utilizar uma veículo artístico já existente para se expressar está condenado ao fracasso.
Esta atitude leva a que, quando se cria, se faça um esforço constante para esquecer tudo o que está para trás. Desta forma, a arte resultante é dificilmente acompanhada pelo público, já que não oferece referências a partir das quais a apreciação possa evoluir. A música contemporânea é um bom exemplo do que referi; o que se diria se um compositor utilizasse, nos tempos que correm, o serialismo integral? Ou o modalismo? Desactualizado, sem ideias, não tem nada a dizer, etc, etc... A questão é que este compositor pode ter alguma coisa a dizer, simplesmente não inventa uma linguagem para o fazer, preferindo utilizar uma já existente, achando que expressa melhor aquilo que tem a exprimir através dela. Estará o modernismo esgotado? Estará tudo esgotado para trás de nós? Não haverá pontas abandonadas que vale a pena desenvolver? Porquê deitar fora conquistas que tanto custaram a desenvolver?
Um caso de uma grande evolução artística esquecida em benefício da "contemporaneidade" é a justa medida. A Forma artística no sentido mais clássico. A forma rígida. Sobre isto, fala-nos Tomás de Aquino no post que coloco a seguir...