Jesus do Oriente
Esta é mais uma entre muitas teorias que se formulam para explicar uma série de factos de uma incrível coincidência e consequência. Apesar das fragilidades, e tendo em conta a dimensão das coincidências, seria de algum valor fazer um estudo sério de fontes e dados. Assim a especulação desapareceria.
Alguns (não é uma seita religiosa) têm a convicção histórica de que Jesus Cristo foi discípulo Budista entre os 13 e os 30 anos, tendo sobrevivido depois à crucificação e voltado para a Índia, onde está agora sepultado. Esta teoria pretende explicar o desaparecimento da figura de Cristo nos evangelhos naquele período da sua vida.
Antes de mais, os evangelhos de Mateus e Lucas seguem obviamente o documento de Marcos. No entanto, têm informação extra que não vinha em Marcos, que nos faz supor ter havido outra fonte documental. Pelos indícios de cortes e acrescentos posteriores aos evangelhos (hoje provados. Por exemplo a parte em que diz que Jesus subiu aos céus, etc), podemos antever episódios que, por uma razão ou outra, não interessaram à doutrina. Por outro lado é citado nos evangelhos com toda a naturalidade que Cristo, após a crucificação, voltou ao convívio com algumas pessoas (não apenas os apóstolos) e apenas se refere que, depois, ele foi para uma terra distante. Sobreviver à crucificação era comum na época, a avaliar pelos relatos de que dispomos. Ver aqui e aqui.
Registos Budas indicam a chegada de um jovem de 13 anos, vindo do ocidente, que permaneceu a estudar a mística budista até aos seus 29 anos. Voltou então à sua terra, tendo regressado à Índia 4 anos depois, onde viveu durante longo tempo e morreu já velho, tendo sido sepultado aqui. Existe ainda, junto ao túmulo, uma representação de dois pés macerados por pregos. A datação desta escultura é, no entanto, polémica.
Nos argumentos finais de quem acredita em tudo isto, vem a semelhança entre os milagres de Cristo e de Siddharta e os estudos genéticos das comunidades "filhas de Israel" na Índia.
Ficam com estes links. Pareceu-me uma ideia curiosa e passível de interessar a mais gente. Apenas por isso fiz este post.
4 Comments:
Este tipo de teorias não fazem sentido nenhum. Acreditar na ressurreição de Jesus é uma questão de fé. Ou se acredita ou não. Quem não acredita não precisa de andar à cata de explicações para o facto. Quem acredita está-se pouco marimbando (desculpe a expressão) se havia pessoas que sobreviviam a crucificação ou não. Não é isto que lhe vai demover da fé. Não há forma de chegarmos lá pela história.
As teorias budistas parecem-me "surreais". Jesus já foi extraterrestre, já foi filósofo grego, já foi mágico egípcio, agora é budista. Enfim, tudo se arranja...
Mário Azevedo
A questão não reside na fé. Existem documentos e provas históricas. Muitos factos, é certo, estão ligados por especulação.
Acho notável que ache que não faz sentido nenhum, desconhecendo um estudo académico sério sobre o assunto.
Caso os factos ou documentos se referissem a qualquer outro assunto, então já seria razoàvel uma investigação. Quando a racionalidade mexe com a fé ocidental, então nem sequer vale a pena ir por aí...
Não sou defensor deste tipo de teorias, quando não devidamente investigadas, mas custa-me ver como a máquina cristã conseguiu lavar cérebros tão bem, ao ponto de fazer crer que a história pode funcionar em tudo menos em Jesus. Jesus foi uma personalidade histórica e essencialmente política. A sua doutrina foi alterada por interesses logo após a sua morte. Existem lacunas históricas evidentes que merecem ser estudadas.
Desculpe lá, mas não percebeu nada do que eu disse. Ou então fez que não percebeu. Sou fascinado pela figura de Jesus, o que me leva a ler tudo o que posso sobre assunto. Não é muito, eu sei, mas faço um esforço. Cristão que se preze deve tentar conhecer o melhor possível a figura histórica de Jesus. Agora, há coisas que pertencem ao mundo da fé. A ressurreição é uma delas. De que vale em termos de fé religiosa saber que há pessoas que resistiram à crucificação. Nada. Nunca se vai conseguir provar se houve ressurreição ou não.
E mantenho, as teorias budistas são surreais. Entram no caminho fantasioso, que de nada servem para a história.
Mário Azevedo
Pois. De facto de fé eu não percebo muito.
Não sei muito bem identificar a fronteira entre o disparate e a crença. Entre a fé e não querer ver a realidade.
Teimo em acreditar na minha cabeça, no raciocínio. Tenho esta mania de ter fé na vida...
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