«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Não pode ser...

Já me tinham dito que a melhor livraria em Portugal era a Alcalá - Livraria Espanhola. Eu não queria acreditar. Em Portugal, os melhores livros vêm de Espanha e falam castelhano? Não podia ser.
Finalmente fui lá. Fiquei chocado. Não pode ser.
É de facto chocante a quantidade enorme de livros fulcrais ao desenvolvimento da humanidade, nunca vistos em português, que lá se encontram em castelhano. Literatura clássica, história da nossa península.
Mas o pior (o melhor) de tudo: reedições fac-similadas de livros portugueses dos séculos XVII e XVIII de relevantíssimo interesse histórico. O que nós escandalosamente não fazemos por nós, fazem os espanhóis...
Um exemplo de um deles: uma reedição notável de um livro da Academia de Ciências do séc.XVIII, que transcreve os documentos árabes encontrados na torre do tombo por Fr. João de Sousa, apresentados em edição bilíngue original.
Uma raridade: uma edição fac-similada da "España Sagrada" de Henrique Florez, livro que abrange uma enorme fatia da nossa história pré-nacional.
E que tal Gracia Lorca na sua língua materna?
Livraria bastante cara, mas impressionante.