«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

segunda-feira, novembro 22, 2004

Tolerância religiosa

Existem centenas de igrejas, catedrais e registos católicos do tempo da ocupação muçulmana da península, mas não sobrou qualquer mesquita ou bibloteca árabe. Dá que pensar.

8 Comments:

Blogger Imbecil&Idiota said...

O facto de a ocupação muçulmana ter ocupado no tempo um espaço muito menor, conjugado com o facto de os locais de culto geralmente serem convertidos em vez de destruídos pode ter algo a ver com isso. Realmente devia pensar, mas era antes de escrever.

1:50 da tarde  
Blogger Imbecil&Idiota said...

O facto de a ocupação muçulmana ter ocupado no tempo um espaço muito menor, conjugado com o facto de os locais de culto geralmente serem convertidos em vez de destruídos pode ter algo a ver com isso. Realmente devia pensar, mas era antes de escrever.

1:51 da tarde  
Blogger JD said...

Os muçulmanos estiveram presentes na península (em maior ou menor dimensão) entre o ano 713 e o ano 1492. Ou seja, mais de 700 anos.

Durante a ocupação muçulmana não havia religião obrigatória. Continuaram a existir catedrais, igrejas e conventos. Foram, aliás, construídos alguns nessa época. Não foi uma conquista, foi um evangelização não forçada.

Com a conquista cristã, as mesquitas ou foram destruídas ou transformadas em igrejas católicas e os registos literários ou científicos eliminados.

Os árabes mantiveram-se depois por cá em guettos durante escassos anos, até a intolerância total os expulsar ou o interesse público os converter. Por exemplo, depois da conquista cristã, muito reitores e professores de universidades continuaram a ser os mestres árabes que eram, simplemente com outros nomes. Nos conquistadores, pura e simplemente não havia sabedoria suficiente (escrevi um post sobre o assunto há pouco tempo, Judeus, Árabes, Sefraditas e Cristãos, julgo eu).

700 anos da nossa história (que por acaso coincidiram com o período exacto de máximo desenvolvimento da península) foram simplesmente apagados (terão sido?). Desde então, passaram-se outros 700 e o meu sangue ainda é árabe. A minha pele ainda é berbere. Ainda temos as mourarias, as judiarias, os saloios (salawi), os contos de mouras encantadas, as ermidas moçárabes e a certeza de que foi por aqui que entraram na europa os grandes clássicos gregos, dando o grande impulso intelectual à renascença.

2:21 da tarde  
Blogger JD said...

Remeto ainda para os postos "A Religião" e "Um Cruzado sobre Lisboa árabe".

2:23 da tarde  
Blogger Imbecil&Idiota said...

Concorda comigo então, que desde essa época das religiões em análise, foi a cristã a que mais evoluiu?

10:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Já pensaste tornar-te muçulmano?

Já pensaste que apesar da inquisição a religião cristã trouxe algo de bom? Não dará que pensar todas as religiões verem em Jesus Cristo um profeta? Não dará que pensar o legado de jesus cristo e maria madalena?

11:53 da tarde  
Blogger JD said...

Não percebo o argumento de muitas religiões verem Jesus Cristo como profeta.

A ideologia de Jesus Cristo e Maria Madalena foi rapidamente adulterada e alterada pelos seus mais directos descendentes em função de interesses. Veja-se S.Paulo ou a forma como as outras seitas foram sendo eliminadas no império romano. Nada é gratuito (muito menos no império romano da época!). Basta conhecer um pouco de história política.

Não penso em tornar-me muçulmano porque o que desgosto na religião muçulmana é quase o mesmo que desgosto na cristã.

Irrita-me no entanto a diferenciação que se faz entre as duas. Uma má outra boa. Os infiéis e o povo que vai ser salvo. É a dualidade de critérios que me incomoda. O Islão quando é radical chama-se fanático, perigoso e terrorista. O Cristão, quando fanático, chama-se ortodoxo.

A religiosidade ou o misticismo não se compadecem com empresas organizadas de serviços metafísicos, como são a igreja católica e a maometana (em muito menos grau, é certo, talvez devido a terem dispensado a estúpida hierarquização empresarial e dogmática, do papa ao diácono).

Veja as Razões da Decadência dos Povos Peninsulares de Antero de Quental (é assim que se chama, se a memória não me atraiçoa. Uma das famosas conferências do casino). Compare a intolerância dos países católicos com os protestantes, por exemplo, e compare os resultados.

O que o Islão radical faz hoje em dia, destruir as culturas por onde passa, é já feito há muito pela civilização cristã, quer queiramos, quer não. O grande problema é que a religião apostólica romana começou por apagar a nossa própria civilização.

E estou farto de andar a falar com anónimos.

1:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

pois, dá muito que pensar... e também me dá que pensar a sua paciência em explicar tudo a imbecis e idiotas...gabo-lhe a paciência...e desejo-lhe boa sorte. Também lhe quero dizer que ainda bem que publica as "opiniões" gosto de lê-las! Descobri este seu blog quando andava à procura de fotos de Radwa Ashur! Gostava de ver a cara dela...
Um abraço da China de Anna Qinlan

1:06 da tarde  

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