Comentário ao Comentário II (O mercado)
Ao seguinte comentário que figurava na caixa (a que fiz simplesmente copy/paste) gostaria de manifestar algumas considerações.
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Anonymous said...
Ao contrário do que a palhar marxista afirma, o mercado não nos remete para um darwnismo económico onde vigora a lei do mais forte.O mercado é em si uma ideia e uma contrucção política que precisa de uma autoridade pública para o legitimar e fazer funcionar.O próprio Adam Smith sempre aceitou e defendeu um estado forte e eficaz para que a ideia de mercado fosse ixequível.Ao contrário do que a retórico generalizada afirma, uma sociedade de economia liberal exprime um pensamento e uma ideia politica que proclama à autonomia das pessoas e a defesa da sua realização pessoal.Não se trata da ausência de política. Politicamente falando, são tão legitimas as opções de matriz liberal como a escolha por um estado socialista. O antagonismo mercado vs estado é, por isso, completamente falso e assenta na falsa ideia de que o estado é, obrigatóriamente, uma entidade redistribucionista e paternalista.Mas que fazer? Trezentos anos após a revolução Francesa e ainda se prepetuam os maiores tiques jacobinos.
9:07 PM "
Anonymous said...
Ao contrário do que a palhar marxista afirma, o mercado não nos remete para um darwnismo económico onde vigora a lei do mais forte.O mercado é em si uma ideia e uma contrucção política que precisa de uma autoridade pública para o legitimar e fazer funcionar.O próprio Adam Smith sempre aceitou e defendeu um estado forte e eficaz para que a ideia de mercado fosse ixequível.Ao contrário do que a retórico generalizada afirma, uma sociedade de economia liberal exprime um pensamento e uma ideia politica que proclama à autonomia das pessoas e a defesa da sua realização pessoal.Não se trata da ausência de política. Politicamente falando, são tão legitimas as opções de matriz liberal como a escolha por um estado socialista. O antagonismo mercado vs estado é, por isso, completamente falso e assenta na falsa ideia de que o estado é, obrigatóriamente, uma entidade redistribucionista e paternalista.Mas que fazer? Trezentos anos após a revolução Francesa e ainda se prepetuam os maiores tiques jacobinos.
9:07 PM "
1 - A economia humana sempre foi objecto de estudo apurado, não só nos Séc.XVIII, XIX, XX.
2 - O interesse de nos basearmos em textos mais antigos é a forma clara como se vê a resolução dos mesmos problemas em contextos sociais totalmente diferentes. Conhecer toda a experiência, e não só alguma, traz vantagens...
3 - A utopia do mercado livre com consciência de estado apresenta-se tão inalcançavel como o povo unido numa ditadura do proletariado.
4 - O mercado livre, infelizmente, não se coaduna com o estado providência, por mais que Adam Smith tenha teorizado sobre o assunto. A célula essencial do mercado liberal é a empresa/unidade de produção, seja ela realmente produtiva, ou simplesmente especulativa. Ora, estas entidades têm todo o direito de lutar pelo lucro o mais que podem e, se elas consituem o tecido essencial da sociedade, facilmente conseguem alterar a lei fiscal em seu proveito (o que tem acontecido escandalosamente nos últimos 10 anos).
5 - Nos casos de actividade especulativa, por mais que nos convençam do contrário, o dinheiro não nasce por geração espontânea e logo, se um sujeito ganha x, outro perdeu. Se um país ganha y o outro perdeu. Se um hemisfério especula e ganha z, o outro perdeu.
6 - O mercado livre assenta na valorização das qualidades de cada um, e na sua capacidade de produzir, pensar ou gerar riqueza. O estado, por outro lado, pressupõe que há gente com direito a ser ignorante e incapaz de gerir seja o que for. Como garantir a vida a um incapaz, a um idiota num mercado liberal? Se ele não se enquadrar em nenhuma função, quem o vai manter? Não havendo segurança social, quem toma conta das margens? E se houver segurança social, achará que as empresas não se deslocalizam para onde não a tenham que pagar?
7 - Porque é que Adam Smith não perdeu a validade e os ideais de Rousseau perderam? Rousseau, Marx ou Smith (se assim quer) não perdem a validade. São pilares fundamentais do pensamento filosófico, económico e social que poderão servir de axiomas e pontos de partida para desenvolvimentos e debates, mesmo que estes quase descaracterizem as teorias originais.
8 - Podemos analisar hoje em dia os acontecimentos económicos desde os anos 30 e ver que o mercado ultra-liberal e especulativo apenas deu maus resultados. Não foi uma boa experiência. Experimentem implementar o mercado livre num país, sem permitir, no entanto, que este vá explorar mão de obra escrava a uma qualquer nação do terceiro mundo...
9 - Coloco em próximo post um texto que recentemente introduzi em comentário no barnabé e que explica o meu ponto de vista.
3 Comments:
O mercado nunca assentou em pressuspotos utópicos. Os liberais contruíram a ideia de mercado perfeitamente concorrencial como mero instrumento de estudo e análise da realidade. A par do tratado "a riqueza das nações"(uma análise meramento económica da sociedade)Adam Smith escreveu também um tratado acerca da moralidade dos mercados(não me recordo do nome exacto)onde o próprio admite a insuficência do mercado para regular as relações económicas de uma sociedade. A Par do mercado, e além do estado que ele já preconizava,Adam Smith estava certa que teria de existir uma ética e uma certa moralidade para que a economia não descambasse e deluisse o pensamento político.
Certamente que um marxista fará da ética e da moral tábua raza. Afinal de contas, na sua visão puramente materialista, ética e moral são apenas conceitos inculcados nos explorados para os desviar das suas reais preocupações.Mas isso, é discusão para outras calendas.
Cumprimentos António Monteiro(não, não sou o ministro)
Já quanto a essa ideia de perda e ganho a que o mercado nos leva(um eufemismo para o velho jargão"expçloração do Homem pelo Homem")ainda que não seja totalmente verificável na realidade económica, existe um senão: qual o modelo alternativo?
O comunismo, é verdade, serviu como resposta à economia liberal.Mas,olhando para as diversas experiências socialistas, a conclusão a que podemos chegar é que, se o capitalismo é a "exploração do Homem pelo Homem", o comunismo é completamente o contrário.
O problema, no meu entender, não é Adam Smith já que, como homem brilhante que foi, foi capaz de elaborar uma proposta económica de uma forma desapaixonada, testando teoricamente e até refutando pressupostos por ele colocados. O grande problema do neo-liberalismo anglo-saxónico (que não representa a velha direita pensante europeia, nem sequer os pressupostos da direita) é o aproveitamento cego que faz de ideologias. É no fundo, uma exploração de teorias, mas apenas da parte que lhes interessa. O grande problema, e isso devia ser uma preocupação da direita, é que a visão interesseira está a tomar conta dos ditos neo-liberais, sendo cada vez mais difícil encontrar um pensador de direita desinteressado. Um homem de direita que consiga pensar de uma forma honesta. E isto não pretende ser um ataque.
Cada vez mais a direita se confunde com CEO´s de grandes empresas, com especuladores sem escrúpulos, com Dick Cheneys, MacDonnel Douglas, empresas de construção civil no Iraque, lucro desenfreado e afins. E isso não é problema da esquerda, nem culpa de marx ou de rousseau. Não é culpa, certamente, de Cavaco, Pacheco Pereira ou Pulido Valente, mas sim de gente como António Monteiro (o ministro), António Mexia, compromissos Portugal, vanZellers, Santanas, Berlusconis, Durões ou Murdochs.
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