Ricardo Alarcón
Ficam em baixo dois excertos de uma entrevista interessante que Ricardo Alarcón de Quesada (Presidente da Assembleia Nacional do Poder popular de Cuba) deu ao Semanário Brasil de Fato. A versão integral, que vale bem a pena ser lida, está aqui.
BF - Mas quais são os pontos caracterizam esse processo como revolucionário? Alarcón - Houve mudanças importantes, como a alfabetização, o desenvolvimento dos programas sociais. Colocou-se fim a uma casta política que foi tirada do jogo na prática. Foram criadas condições e dados passos para que o povo possa exercer seus direitos democráticos de uma maneira que nunca pôde, por meio dos programas de educação, de saúde. Essas coisas não mudam a estrutura básica da sociedade, mas criam condições para que isso possa acontecer e para que o povo possa exercer a democracia, a autoridade, e ser capaz de governar a si mesmo. Creio que isso é um feito revolucionário. Os momentos, os ritmos que se dão os processos revolucionários não têm que ser iguais. Por exemplo, se tivéssemos tido a oportunidade de fazer a reforma agrária cubana de um outro jeito, teríamos feito.
BF - Após a queda da União Soviética e do fortalecimento do bloqueio dos Estados Unidos, a economia cubana entrou em crise. Hoje, o país está vivendo um novo período na economia, com um crescimento de cerca de 11% no ano passado. Essa é uma nova etapa da revolução? Alarcón - Sim, mas seria um erro superestimá-la. Cuba conseguiu sair da crise econômica em que caímos quando desapareceu a União Soviética, mas não podemos dizer que a superou completamente. Mas o que explica isso? Uma série de fatores e muitos são inteiramente cubanos, como o setor turístico que cresceu cerca de 13%, por exemplo. O mais importante é que Cuba conseguiu aumentar sua produção petroleira- algo muito signifi cativo. Passamos muitos anos buscando isso e hoje temos associação com algumas empresas estrangeiras, do Canadá e da Europa. Fomos encontrando cada vez mais petróleo, e a produção foi crescendo substancialmente. Outra é a produção de níquel, que atingiu recordes nos últimos anos. Esse é um dado cubano, não tem nada a ver com os vínculos externos. Externamente, temos que falar da vinculação econômica com a República Popular Chinesa, com quem firmamos créditos a longo prazo, sem juros, o que ajudou a oxigenar a economia cubana. Com a Venezuela há acordos que envolvem petróleo.
BF - Mas quais são os pontos caracterizam esse processo como revolucionário? Alarcón - Houve mudanças importantes, como a alfabetização, o desenvolvimento dos programas sociais. Colocou-se fim a uma casta política que foi tirada do jogo na prática. Foram criadas condições e dados passos para que o povo possa exercer seus direitos democráticos de uma maneira que nunca pôde, por meio dos programas de educação, de saúde. Essas coisas não mudam a estrutura básica da sociedade, mas criam condições para que isso possa acontecer e para que o povo possa exercer a democracia, a autoridade, e ser capaz de governar a si mesmo. Creio que isso é um feito revolucionário. Os momentos, os ritmos que se dão os processos revolucionários não têm que ser iguais. Por exemplo, se tivéssemos tido a oportunidade de fazer a reforma agrária cubana de um outro jeito, teríamos feito.
BF - Após a queda da União Soviética e do fortalecimento do bloqueio dos Estados Unidos, a economia cubana entrou em crise. Hoje, o país está vivendo um novo período na economia, com um crescimento de cerca de 11% no ano passado. Essa é uma nova etapa da revolução? Alarcón - Sim, mas seria um erro superestimá-la. Cuba conseguiu sair da crise econômica em que caímos quando desapareceu a União Soviética, mas não podemos dizer que a superou completamente. Mas o que explica isso? Uma série de fatores e muitos são inteiramente cubanos, como o setor turístico que cresceu cerca de 13%, por exemplo. O mais importante é que Cuba conseguiu aumentar sua produção petroleira- algo muito signifi cativo. Passamos muitos anos buscando isso e hoje temos associação com algumas empresas estrangeiras, do Canadá e da Europa. Fomos encontrando cada vez mais petróleo, e a produção foi crescendo substancialmente. Outra é a produção de níquel, que atingiu recordes nos últimos anos. Esse é um dado cubano, não tem nada a ver com os vínculos externos. Externamente, temos que falar da vinculação econômica com a República Popular Chinesa, com quem firmamos créditos a longo prazo, sem juros, o que ajudou a oxigenar a economia cubana. Com a Venezuela há acordos que envolvem petróleo.
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