«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

domingo, novembro 14, 2004

Contraste

A crise do Irão foi resolvida pela diplomacia europeia. A "crise" do Iraque foi resolvida pela diplomacia americana. Diferenças nos resultados?...A política é acusada de ser um meio de pressões, de trocas ilegítimas, de negociatas. Esquecemo-nos no entanto que esta foi criada pelo homem, apesar de todas as suas vicissitudes, com o intuito de revogar a violência gratuita e a lei do mais forte. A renúncia nuclear iraniana representou hoje o triunfo da política sobre o militarismo. Ainda que seja arriscado dizê-lo, a civilização europeia provou ser mais rentável que a barbárie americana.

Posted by Hello

10 Comments:

Blogger JAM said...

Ainda ontem publiquei um extracto de um texto do Vaclav Havel no Briteiros cuja conclusão é exactamente esta:
“A Europa deverá assumir plenamente as suas responsabilidades mundiais, em vez de acusar os Estados Unidos de todos os males do mundo contemporâneo.”

Aqui fica o (link).

Parabéns ao Palácio dos Balcões.

11:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sim, isso é verdade. Mas em termos sociais internos, no fundamentalismo dos governantes e das respectivas leis e imposições, o resultado é o mesmo! As burkas continuam no Afeganistão e no Irão. Os apedrejamentos, as condenações pelos motivos mais absurdos, a total ausência de direitos das mulheres (inclusivamente o direito à vida) são iguais nos dois países.

No Afeganistão houve umas mostras de melhorias há dois anos, mas foi só por vezes, e por estarem câmaras por perto.
E no Irão, aliás Pérsia, como dizem os homens e mulheres de lá oriundos que se encontram pela Europa, desde o golpe de estado fundamentalista que não muda nada. Os exilados continuam a pedir apoios ao ocidente para parar com as torturas, os desaparecimentos e as mortes que não páram. E os apoios não chegam.

Às vezes acho que os Europeus, em vez de ensinarem Civilização aos bárbaros, desaprendem a Civilização e juntam-se aos bárbaros.

Não sei se deva dar alvíssaras a uma promessa (da qual ainda falta ver o cumprimento) e que não muda em nada a vida das populações locais.

4:52 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Esqueci-me de assinar... Helena Romão

4:52 da manhã  
Blogger JD said...

Compreendo perfeitamente o que quer dizer. Acho igulamente que a Europa, ao contrário do que se pensa é um dos grandes veículos de promoção de violência àrabe no mundo (A Europa financia Israel indirectamente em maior escala do que os EUA o fazem directamente).
Contudo, em países como o Irão julgo ser este o caminho a seguir. A abertura poderá dar confiança à enorme facção moderada existente neste país. É melhor dar comércio e confiança que dinheiro a facções rivais...

João Pedro Delgado

1:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sim, claro que mais vale dar comércio do que armas, e também é claro que é um bom sinal. A questão é que uma parte da Resistência do Irão está no exílio, na Europa, a pedir auxílio, e nada. E por auxílio quero dizer apoio político, pressões sobre o governo do Irão, exigências de melhorias efectivas em direcção à democracia, quem sabe resoluções ou uma força da ONU.

Helena Romão

5:43 da tarde  
Blogger JD said...

É a Helena Romão que eu conheço da ESML?

Bom. Eu concordo plenamente com quase tudo o que referiu. A pressão é de facto necessária. No entanto tenho muitíssimas reservas quanto às resoluções da ONU nesse sentido. Não acho que a Orhanização deva servir como patrocinador do sofrimento dos povos, como efectivamente se verificou, por exemplo, no Iraque, entre 91 e 2002.

6:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá, João! Eu também estava na dúvida se o João Delgado eras tu!

Bem, é certo que na maior parte dos casos a ONU depois não exige o cumprimento das resoluções, e também é certo que na maior parte das vezes é um pau mandado do EUA. Mas quando os EUA agem sozinhos é pior.

Além disso, a ONU é a melhor alternativa que conheço, a única que pode tentar (só tentar) acabar com os problemas.

Só o comércio não chega, até porque isso depende da iniciativa individual dos países. Só resultaria se quase todos os países decidissem por iniciativa própria incentivar o comércio com o Irão (ou qualquer outro país com problemas), e teria que ser um comércio justo, e ñao apenas ir lá aproveitar-se da mão de obra quase escrava.

Helena Romão

12:18 da manhã  
Blogger JD said...

É evidente que sim. O comércio não chega. Antes pelo contrário, é um veículo de abusos e exploração. Sou a favor do estado, do peso dos estados. Se os estados se enfraquecem em favor da actividade privada, a ONU deixa também ela de fazer sentido político. Sou um defensor de uma ONU mais forte que qualquer estado individualizado. Pode não ser a solução ideal, mas talvez seja a única.

12:34 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Então qual é a discussão?! Parece que estamos a dizer a mesma coisa.

Helena Romão

1:10 da manhã  
Blogger JD said...

Exacto.

1:46 da manhã  

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