«مَا تَرَكْتُ بَعْدِي فِتْنَةً أَضَرَّ عَلَى الرِّجَالِ مِنَ النِّسَاء»

quarta-feira, junho 29, 2005

Já volto

O tempo não me tem permitido actualizar o meu blog. Por causa da Casa de Bernarda Alba tenho estado em Lisboa quase a tempo inteiro e, quando não estou, quedo-me a pensar no bailado, de tão marcante e emotivo que ele é. Já agora, a quem se deslocar ao S. Luiz para ver o espectáculo, aproveito para sublinhar três cenas de uma enorme força. O Pas-de-Deux de Adela com Pepe, o solo final de Bernarda e o solo de Maria Josefa.

Este último é protagonizado por uma louca, mãe de Bernarda, que julga que vai casar e, entre momentos cómicos, trágicos, lúcidos, deprimentes, burlescos e ternurentos, nos proporciona uma conjugação felicíssima de sensações. Tudo através da coreografia do Benvindo que no corpo e na magnífica expressão da bailarina se transforma em comoção certa na assistência.

Bom. A verdade é que estes motivos, ainda que nobres, não me deixam disponibilidade para o blog. Prometo, no entanto, já já segunda-feira recomeçar em força. Voltarei às minhas leituras e passarei pela visão que Aquilino tem de Viseu, da Beira Alta (a única beira que existe, aliás), de Lamego, do Porto, e mesmo de Lisboa.

quinta-feira, junho 23, 2005

A Casa de Bernarda Alba

No teatro S. Luiz, Lisboa: "A Casa de Bernarda Alba" com coreografia e direcção artística de Benvindo Fonseca e música e direcção musical de César Viana. Bailado baseado na peça de García Lorca com o mesmo nome.
Deixo aqui o link para o texto integral da peça, em castelhano.

Aqui anda o dedo do Lula

Por sugestão do Briteiros, fica este link: Domínio Público.

domingo, junho 19, 2005

Porto

Foi nesta cidade surpreendente que pela primeira vez respirei e vi o mundo. E pela segunda também.

Ouvi uma vez alguém dizer que ninguém nasce no Porto impunemente.

É isto que tenho escrito no bilhete de identidade.

sexta-feira, junho 17, 2005

No Briteiros

quinta-feira, junho 16, 2005

Quero poder votar não

Acho graça a este tipo de democracia, onde se adiam eleições se as sondagens estiverem a correr mal ao pensamento politicamente correcto. Teoricamente há duas hipóteses no referendo Europeu: Sim e Não. No entanto, como a opinião dos cidadãos não conta por aí além, na prática só é admitida a primeira. Caso vote Não, tenha cuidado com as consequências que daí podem advir... não se esqueça que está a cometer um crime lesa-pátria...

segunda-feira, junho 13, 2005

Bispo de Viseu e da Guarda

No magnífico Paço Episcopal da Guarda, onde hoje estão sitos o Paço da Cultura e o Museu da Guarda, está exposta uma placa que nos diz - mais ou menos textualmente - que D. Nuno de Noronha, bispo da Guarda, filho do conde de Odivelas, mandou construir aquele seminário (Episcopum), tendo iniciado a obra no ano de 1603.
No mesmo dia em que li esta placa, passei pelo Paço Episcopal de Viseu (Anexo à Sé, onde hoje funciona o Museu Grão Vasco) e, por acaso, li a placa que assinalava o início dos trabalhos de construção. Dizia ela que D. Nuno de Noronha, bispo de Viseu, havia mandado construir aquele seminário no ano de 1593.
Não deixa de ser curioso que o mesmo D. Nuno de Noronha é responsável pelo Paço e Recreio Episcopal de Castelo Branco (complexo da Praça Camões, biblioteca e casa do arco). Não havendo diocese em Castelo Branco (hoje depende da Sé de Portalegre mas no séc. XVII pertencia à diocese da Guarda, pelo que o edifício terá sido mandado construir necessáriamente depois de 1593 - data em que D. Nuno era ainda bispo de Viseu), estes edifícios constituiam local de veraneio para os titulares do bispado.
Tratava-se bem o ilustre eclesiástico, e ainda bem, já que parte do importante legado arquitectónico de que dispõem as beiras se deve ao religioso filantropo. Mostram-nos também estes factos como os reinados Filipinos constituiram um dos períodos de maior profusão e desenvolvimento artístico da história portuguesa (no que toca à arquitectura e à música religiosas, pelo menos).

sexta-feira, junho 10, 2005

Orquestra Sinfónica Juvenil

Entretanto gostava de falar de um acontecimento cultural que teve lugar esta semana. Não se trata de um concerto dos Madredeus ou da Mariza, no entanto, e apesar de não atingir concerteza os padrões de qualidade artística destes - pelo menos a avaliar pela importância que os órgãos de comunicação lhe concedem -, arrisco o elogio.
A Orquestra Sinfónica Juvenil apresentou quarta-feira a obra "Hymnem" de Stockausen em estreia nacional na Culturgest. No dia seguinte apresentou em estreia absoluta a Sinfonia de Bochmann, compositor português que muito deu - e continua a dar - a este país.
Não estando o repertório deste jardim à beira mar plantado absolutamente lotado de obras sinfónicas de grande porte, bem pelo contrário, julgo que o processo de encomenda da Sinfonia de Bochmann por parte de Vitor Mota (OSJ), a consequente angariação de fundos para a produção e a apresentação ao vivo por parte da Orquestra Sinfónica Juvenil constituem acções de grande importância para a cultura portuguesa.
Todos sabemos como é difícil produzir boa música em Portugal, todos sabemos que não há dinheiro para manter sequer grupos de música de câmara por muito tempo, sendo muito mais difícil ainda manter uma orquestra regularmente durante 30 e tal anos, ainda mais difícil fazê-la apresentar cerca de 30 concertos por ano e ainda manter actividade discográfica, quase impossível interpretar música contemporânea, muito menos verosímil fazer estreias nacionais de grande obras sinfónicas mundiais do século XX e verdadeiramente inatingível juntar orçamentos para encomendar obras de grande porte que honrem a música portuguesa, o público português, enfim o repertório nacional.
Pois o Vitor Mota conseguiu tudo isto. A Orquestra Sinfónica Juvenil não vale só pela extrema importância dos concertos desta semana na Culturgest. Vale por ser a orquestra sinfónica mais antiga do país, vale por ter servido de incubadora a centenas de músicos solistas, de câmara, instrumentistas de orquestra, professores, etc, etc, vale por ter conseguido ganhar um lugar de referência no meio musical português, vale por se ter aguentado firme durante muitas gerações perante adversidades várias. Nunca a falta de dinheiro para se pagar a músicos, a falta dos próprios músicos, a falta de maestro, a falta de concertos, a falta de sede administrativa, a falta de telefone, a falta de instrumentos ou a falta de locais de ensaio abalaram a crença firme do seu director na prossecução deste projecto.
Claro está, nada comparado a um "recital" do último álbum dos Madredeus.
E isto na semana em que o Luís Represas e a Leonor Pinhão foram condecorados pelo presidente da República.
Nada mais a dizer.

O melhor

A RTP1, televisão pública, acabou de me informar, no decorrer de um programa intitulado "O melhor de Portugal", que o que Portugal tem de melhor no que toca à música são os Madredeus e a Mariza. E pronto. Agora já sei.
E o melhor do cinema são as produções nacionais TVI?

quinta-feira, junho 09, 2005

Curiosidades do Tratado

Bom quiz informativo sobre o Tratado Constitucional europeu: http://www.local.attac.org/attac91/quizz/

Tem algumas curiosidades interessantes.

quarta-feira, junho 08, 2005

Poema sobre insignificância X

Como Hefesto para Aquiles...

"O escudo

vede este escudo: seus autores
no céu foram colher inspiração
pra não ser plas lanças penetrado:
nele as Pléiades esculpiram,
estrelas que auguram a vitória.
uma cercadura lhe deram d´ouro puro,
luz de manhã vestindo o horinzonte."

Al-Mutamid. Tradução de Adalberto Alves.

segunda-feira, junho 06, 2005

Disparate

Enganei-me no endereço do blog Plasticina e por isso reenviei os meus leitores para um blog completamente diferente através do meu link. Peço desculpa. Aqui está o verdadeiro Plasticina.

domingo, junho 05, 2005

Novos blogs na minha lista

Acabei de dar com dois blogs que desconhecia e que entram directamente para as minhas visitas diárias. São eles o Tónica Dominante e o Plasticina.
Poe influência de alguns comentários aproveito também para acrescentar o Casa de Cacela e o Sítio de Também Não, este último defendendo um não a uma europa neo-liberal, o não a favor de uma europa social.
Aproveitei ainda e fiz uma limpeza a blogs que já não consulto ou que, simplesmente, já não existem.

quinta-feira, junho 02, 2005

Sempre gostei destes inquéritos

Apesar de serem totalmente destituidos de interesse efectivo, estes inquéritos de resposta rápida, tão próprios da estação, sempre me fascinaram. Passei muitas tarde na praia a ler os do público, no suplemento estival. Sempre imaginei que um dia viria um senhor de um jornal fazer-me aquelas perguntas; por isso ia eu antecipando as respostas para estar preparado no grande dia.

Como ninguém ainda me veio contemplar com tal alegria, decidi utilizar um que me enviaram de vários blogs.

1. Qual o último filme que viste no cinema?
"Quinto Império" - Manoel de Oliveira
2. Qual a tua sessão preferida?
Em casa
3. Qual o primeiro filme que te fascinou?
Em contextos étarios diferentes: os primeiros Star Wars e Idade do Ouro de Bunuel.
4. Para que filme gostarias de te ver transportado(a)?
"Vale Abrãao"
5. E, já agora, qual a personagem de filme que gostarias de conhecer um dia?
Averrois, o filósofo árabe andaluz, que é personagem principal no filme "O Destino" de Youssef Chahine.
6. E que actor(actriz) / realizador(a) / argumentista/produtor(a) gostarias de convidar para jantar?
Kusturica
7. A quem vou passar isto? Não sei.

quarta-feira, junho 01, 2005

Os melhores três blogs - uma opinião

Gostava de mostrar aqui a minha sincera admiração por três blogs que, dia a dia, semana a semana, me espantam cada vez mais. São três blogs cuja qualidade nunca se rende ao quotidiano de escrita e onde o interesse aumenta sempre e se apura com o tempo.
São eles o Local e Blogal, pela imensa poesia solarenga que de lá transparece, pela visão espraiada do mundo e pelos vislumbres de um sul quente e de orientes encantadores; o Bajja pela lucidez e perspicácia artística, política e polémica do seu autor; o Briteiros pela clarividência política e pela mordacidade de análise do pormenor, de que as últimas e brilhantes análises sobre o Tratado Constitucional Europeu são um bom exemplo.